Virose e gripe: entenda sintomas, causas e tratamento26 de setembro 2025
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Você já se viu confuso entre os sintomas de uma virose comum e uma gripe mais forte? Em tempos de tantas informações e com a circulação de diversos vírus respiratórios, é natural ter dúvidas. Afinal, saber a diferença entre gripe, resfriado, COVID-19 e outras viroses não é apenas uma curiosidade, mas uma informação essencial para buscar o tratamento adequado e cuidar da sua saúde e da saúde de quem você ama.

Neste guia completo, vamos desmistificar essas condições, explicando suas causas, sintomas, formas de diagnóstico, tratamentos e, principalmente, as melhores estratégias de prevenção. Nosso objetivo é oferecer um conteúdo claro, acessível e confiável, para que você se sinta mais seguro e preparado para lidar com essas doenças que estão presentes em nosso dia a dia.

Gripe, Virose, COVID-19 e Resfriado: Quais as diferenças?

Apesar de apresentarem sintomas semelhantes, estas são condições distintas causadas por diferentes tipos de vírus. Entender a diferença entre gripe e virose, COVID-19 e resfriado é o primeiro passo para um manejo correto.

Gripe (Influenza)

A gripe é uma infecção respiratória aguda causada pelos vírus Influenza (tipos A, B, C e D), sendo os tipos A e B os mais comuns e que geram surtos sazonais. Ela é mais severa que o resfriado comum, com início súbito e sintomas que afetam o corpo todo. O período de incubação do vírus Influenza geralmente varia de 1 a 4 dias.

Resfriado Comum

O resfriado é uma infecção viral mais leve do trato respiratório superior, frequentemente causada por rinovírus, mas também por coronavírus (não o SARS-CoV-2), adenovírus e outros. Os sintomas são mais brandos e localizados, e o período de incubação é curto, geralmente de 1 a 3 dias.

COVID-19

A COVID-19 é causada pelo vírus SARS-CoV-2, um tipo de coronavírus. Sua principal característica é a ampla gama de sintomas covid e gripe, que podem variar de muito leves a graves, afetando não só o sistema respiratório, mas também outros órgãos. O período de incubação pode ser de 2 a 14 dias, mas a média é de 5 a 6 dias.

A dúvida entre virose ou covid é muito comum, pois ambas podem apresentar febre, tosse e dor de cabeça. No entanto, a COVID-19 pode evoluir para complicações respiratórias sérias e apresentar perda de olfato e paladar, sintomas menos comuns nas outras condições.

Virose (termo geral)

“Virose” é um termo popular e abrangente usado para descrever qualquer doença causada por um vírus. Inclui a gripe, o resfriado, a COVID-19 e muitas outras infecções virais que podem afetar o sistema respiratório, digestivo ou outros sistemas do corpo. Ou seja, a gripe é um tipo de virose, a COVID-19 é um tipo de virose, e o resfriado também é uma virose. O termo genérico é utilizado quando não há um diagnóstico específico do vírus causador. O período de incubação e a duração variam muito dependendo do vírus em questão.

Sintomas: Como identificar cada infecção respiratória?

Entender os sintomas de virose, gripe e COVID-19 é fundamental para diferenciar as condições. Embora haja sobreposição, algumas particularidades podem ajudar a suspeitar do que está acontecendo.

Sintomas da gripe (Influenza)

Geralmente aparecem de forma súbita e intensa:

  • Febre alta (acima de 38°C);
  • Calafrios;
  • Dor muscular e nas articulações (dores no corpo);
  • Dor de cabeça forte;
  • Tosse seca;
  • Dor de garganta;
  • Cansaço extremo e fraqueza.
  • Em alguns casos, pode haver congestão nasal e coriza, mas menos proeminentes que no resfriado.

Sintomas do resfriado comum

São mais leves e tendem a se manifestar gradualmente:

  • Coriza (nariz escorrendo);
  • Congestão nasal (nariz entupido);
  • Espirros frequentes;
  • Dor de garganta leve;
  • Tosse leve;
  • Febre baixa (ou ausente);
  • Dor de cabeça leve.

Sintomas da COVID-19

A virose ou covid pode apresentar uma grande variedade de sintomas, e alguns são mais característicos:

  • Febre (nem sempre alta);
  • Tosse seca ou com catarro;
  • Fadiga intensa;
  • Dor de cabeça;
  • Dor de garganta;
  • Congestão nasal e coriza;
  • Perda de olfato e/ou paladar (anosmia/ageusia) – mais comum em variantes anteriores, menos nas atuais;
  • Dores musculares e articulares;
  • Diarreia ou outros sintomas gastrointestinais;
  • Dificuldade para respirar (dispneia) – sinal de alerta grave;
  • Dor no peito.

Sintomas de outras viroses

Como “virose” é um termo amplo, os sintomas variam conforme o vírus. Por exemplo, viroses gastrointestinais causam diarreia e vômitos, enquanto outras podem se manifestar com erupções na pele, como o sarampo ou a rubéola.

Diagnóstico: A importância da confirmação médica e exames

Muitas vezes, em casos de sintomas leves, o diagnóstico de uma virose pode ser clínico, baseado na avaliação dos sintomas pelo médico. No entanto, para certas condições, ou em situações de maior gravidade, a confirmação laboratorial é crucial.

Quando o diagnóstico clínico é suficiente?

Em casos de resfriados comuns ou viroses leves, sem sinais de alerta, o médico pode optar por um diagnóstico clínico, ou seja, avaliando seu histórico e os sintomas apresentados. Nesses cenários, o tratamento costuma ser focado no alívio dos sintomas.

Quando os testes são importantes?

A testagem é fundamental para diferenciar a gripe, COVID-19 e, em alguns casos, outros vírus respiratórios, especialmente porque os sintomas podem ser muito parecidos. Testes como o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) ou testes rápidos de antígeno podem identificar o vírus específico. Isso é importante para:

  • Direcionar o tratamento: Alguns antivirais são específicos para a gripe ou COVID-19.
  • Prevenir o uso desnecessário de antibióticos: Antibióticos não agem contra vírus e seu uso indiscriminado contribui para a resistência bacteriana. Saber que é uma virose evita que se prescreva um antibiótico sem necessidade.
  • Controle de surtos: Identificar o agente causador ajuda as autoridades de saúde a monitorar a circulação viral e implementar medidas de saúde pública.
  • Proteger grupos de risco: Em idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas, um diagnóstico preciso pode antecipar complicações.

Segundo o Ministério da Saúde, a testagem é uma ferramenta valiosa na vigilância epidemiológica e no manejo clínico, especialmente em períodos de alta circulação viral.

Tratamento e manejo: O que fazer para aliviar os sintomas?

O tratamento para virose e o tratamento para gripe, na maioria dos casos, visam aliviar os sintomas e permitir que o corpo combata o vírus naturalmente. A principal exceção é a gripe e a COVID-19 em situações específicas, que podem ter tratamento antiviral. O quanto tempo dura a gripe ou outras viroses varia, mas geralmente os sintomas melhoram em alguns dias a uma semana.

Repouso e hidratação

São as bases do tratamento. O repouso ajuda o corpo a direcionar energia para combater a infecção, enquanto a hidratação (água, sucos naturais, chás, água de coco) é vital para manter as vias respiratórias úmidas e compensar a perda de líquidos pela febre e suor.

Medicação sintomática

Medicamentos de venda livre podem ser usados para aliviar sintomas:

  • Analgésicos e antitérmicos: Paracetamol ou ibuprofeno para febre, dor de cabeça e dores no corpo.
  • Descongestionantes nasais: Para alívio temporário da congestão. Use com cautela e por tempo limitado, pois o uso excessivo pode piorar o problema.
  • Anti-histamínicos: Podem ajudar com coriza e espirros, mas causam sonolência.
  • Xaropes para tosse: Para tosse seca ou com catarro, conforme a recomendação médica.
  • Soluções salinas: Lavagem nasal com soro fisiológico ajuda a limpar as vias aéreas e aliviar a congestão.

Antivirais específicos

Em alguns casos de gripe, antivirais como o Oseltamivir podem ser prescritos, especialmente se iniciados nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, e para pessoas com maior risco de complicações. Para a COVID-19, existem medicamentos antivirais como o Paxlovid, que podem ser indicados para pacientes em situações específicas, sempre sob rigorosa orientação médica.

A importância de não se automedicar

É fundamental evitar a automedicação virose e gripe. O uso incorreto de medicamentos pode mascarar sintomas, causar efeitos colaterais indesejados e, no caso de antibióticos para viroses, contribuir para a resistência bacteriana. Sempre consulte um médico antes de iniciar qualquer tratamento, principalmente se você pertence a um grupo de risco ou se os sintomas são intensos.

Prevenção: Vacinas e hábitos para se proteger de vírus respiratórios

A prevenção de viroses respiratórias é a melhor estratégia para se manter saudável e evitar complicações. Existem medidas eficazes que todos podemos adotar.

Vacinação: Sua primeira linha de defesa

  • Vacina da Gripe (Influenza): A vacinação anual contra a gripe é fundamental, pois os vírus Influenza sofrem mutações e novas cepas surgem a cada ano. A vacina protege contra as cepas mais prevalentes na temporada e reduz a gravidade da doença e o risco de internação. É especialmente recomendada para crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.
  • Vacina contra COVID-19: Manter a vacinação contra a COVID-19 atualizada, seguindo as recomendações das autoridades de saúde, é essencial para reduzir o risco de desenvolver formas graves da doença, internações e óbitos.
  • Futuras vacinas contra VSR: Atualmente, já existem vacinas contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) aprovadas para gestantes (transferindo anticorpos para o bebê) e idosos, além de imunização passiva para bebês prematuros ou com certas condições de saúde. É importante conversar com o médico sobre a disponibilidade e indicação.

Higiene e hábitos saudáveis

  • Higiene das mãos: Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, ou use álcool em gel 70%, especialmente após tossir, espirrar, usar o transporte público ou tocar em superfícies.
  • Etiqueta respiratória: Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel ou com o cotovelo ao tossir ou espirrar. Descarte o lenço imediatamente.
  • Evitar tocar o rosto: Evite tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Ventilação de ambientes: Mantenha janelas e portas abertas sempre que possível para promover a circulação do ar.
  • Evitar aglomerações: Em períodos de alta circulação viral, evite locais fechados e com muitas pessoas.
  • Alimentação saudável e atividade física: Contribuem para um sistema imunológico forte.

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e outras viroses comuns

Além da gripe, COVID-19 e resfriado, existem outras viroses respiratórias que merecem atenção, como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que ganha destaque por sua seriedade em certos grupos.

O que é o VSR e quem ele afeta?

O VSR é um vírus respiratório comum que geralmente causa sintomas leves, semelhantes aos do resfriado, na maioria dos adultos e crianças mais velhas. No entanto, em bebês e crianças pequenas, especialmente prematuros ou com problemas cardíacos e pulmonares, o VSR pode causar infecções respiratórias mais graves, como bronquiolite (inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões) e pneumonia.

Os sintomas de virose por VSR em bebês podem incluir:

  • Respiração rápida e superficial;
  • Chiado no peito;
  • Tosse intensa;
  • Febre;
  • Dificuldade para respirar, que pode causar a pele ou os lábios azulados.

O VSR também pode causar doenças graves em idosos e adultos com sistema imunológico comprometido.

Outras viroses frequentes

Diversos outros vírus podem causar infecções respiratórias, incluindo:

  • Adenovírus: Podem causar resfriados, bronquites, pneumonia, conjuntivite e até gastroenterite.
  • Parainfluenza: São responsáveis por resfriados, bronquiolite, pneumonia e, notavelmente, a laringite aguda (crupe) em crianças.
  • Metapneumovírus humano: Causa sintomas respiratórios semelhantes ao VSR e influenza, sendo uma causa comum de infecções do trato respiratório inferior em crianças pequenas.

Quando devo procurar ajuda médica? Sinais de alerta

Na maioria das vezes, as viroses respiratórias se resolvem com repouso e cuidados em casa. No entanto, há situações em que a atenção médica é indispensável. Fique atento a estes quando procurar médico na virose ou gripe:

Sinais de alerta para adultos

  • Dificuldade para respirar ou falta de ar;
  • Dor persistente ou pressão no peito ou abdômen;
  • Tontura súbita ou confusão mental;
  • Vômitos intensos e persistentes;
  • Piora dos sintomas após uma melhora inicial;
  • Febre alta persistente (acima de 39°C) por mais de 3 dias;
  • Convulsões.

Sinais de alerta para crianças

  • Respiração rápida ou difícil;
  • Cor azulada na pele, lábios ou unhas;
  • Recusa em beber líquidos ou sinais de desidratação (poucas lágrimas ao chorar, boca seca, pouca urina);
  • Não interage ou não acorda facilmente;
  • Irritabilidade excessiva;
  • Febre com erupção cutânea;
  • Piora da tosse ou chiado no peito.

Sinais de alerta para idosos e grupos de risco

Pessoas com doenças crônicas (cardíacas, pulmonares, diabetes, imunocomprometidos) ou idosos devem procurar atendimento médico mais precocemente, mesmo com sintomas leves, devido ao maior risco de complicações.

Mitos e verdades sobre o tratamento de viroses

Circulam muitas informações sobre como lidar com gripes e viroses, e é importante diferenciar o que é mito do que é verdade, especialmente para evitar a automedicação, virose e gripe.

Vitamina C cura gripe?

Mito. Embora a vitamina C seja importante para o sistema imunológico, não há evidências científicas robustas de que altas doses de vitamina C previnam ou curem gripes e resfriados. Ela pode, em alguns casos, reduzir levemente a duração dos sintomas, mas não é um “remédio mágico”. Uma alimentação balanceada já oferece a quantidade necessária.

Antibióticos para virose?

Mito. Antibióticos são eficazes contra bactérias, não contra vírus. Tomar antibióticos para tratar uma virose não só é ineficaz, como também contribui para o desenvolvimento de bactérias resistentes aos medicamentos, tornando futuros tratamentos bacterianos mais difíceis. Apenas um médico pode indicar o uso de antibióticos se houver uma suspeita ou confirmação de infecção bacteriana secundária.

“Suar” para baixar a febre?

Mito e perigoso. O senso comum de “se agasalhar para suar e curar a febre” é errado. Agasalhar-se demais durante a febre pode dificultar a dissipação do calor corporal, elevando ainda mais a temperatura e aumentando o risco de convulsões, especialmente em crianças. O ideal é usar roupas leves, fazer compressas mornas (não frias!) e tomar um antitérmico sob orientação. Hidratar-se bem também é crucial.

O “chá da vovó” cura tudo?

Verdade parcial. Chás de ervas podem ser reconfortantes e ajudar a aliviar sintomas como dor de garganta e tosse, mantendo a hidratação. Por exemplo, chás com mel, limão e gengibre têm propriedades que podem acalmar a garganta. No entanto, eles não curam a infecção viral em si, apenas oferecem alívio sintomático. Não substituem o tratamento médico se houver necessidade.

Conhecer as diferenças entre as infecções respiratórias, seus sintomas e a hora certa de procurar um especialista é fundamental para cuidar da sua saúde e evitar complicações. Não se arrisque com a automedicação e priorize sempre a orientação profissional.

Se você está com sintomas de gripe, virose ou COVID-19, ou tem dúvidas sobre como se prevenir, não hesite em procurar ajuda. Marque uma consulta com um de nossos especialistas para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado e seguro.