Corrimento Marrom: Causas, Sintomas e Quando Se Preocupar11 de setembro 2025
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O corrimento marrom é uma condição que pode gerar muitas dúvidas e preocupações em mulheres de todas as idades. Embora frequentemente seja um sinal benigno, indicando apenas a presença de sangue antigo que está sendo expelido pelo corpo, em alguns casos, ele pode apontar para condições que exigem atenção médica. Entender as causas do corrimento marrom, seus possíveis sintomas associados e, principalmente, quando se preocupar é fundamental para a tranquilidade e a saúde íntima feminina.

Este artigo foi elaborado para ser um guia completo e acolhedor, desmistificando o corrimento marrom e oferecendo informações claras e confiáveis. Abordaremos desde as situações consideradas normais no ciclo menstrual e na gravidez até os sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um ginecologista. Nosso objetivo é que você compreenda melhor o seu corpo, saiba diferenciar as situações e se sinta segura para buscar ajuda profissional quando necessário. Afinal, cuidar da sua saúde é prioridade.

O que é corrimento marrom e por que ele acontece?

O corrimento vaginal é uma parte natural do ciclo feminino, responsável por manter a vagina limpa e lubrificada, além de protegê-la contra infecções. Sua cor, consistência e volume podem variar bastante ao longo do mês, influenciados por hormônios e outros fatores.

Quando falamos sobre corrimento marrom, estamos nos referindo a um fluxo vaginal que contém uma pequena quantidade de sangue. A cor escura, variando de um tom claro de caramelo a um marrom mais escuro ou quase preto, geralmente indica que esse sangue não é fresco. Ou seja, ele oxidou ao entrar em contato com o ar ou levou algum tempo para ser expelido do útero.

Diversos fatores podem levar ao surgimento do corrimento escuro. Na maioria das vezes, ele está relacionado a pequenas variações hormonais ou a um processo fisiológico normal do corpo. No entanto, é importante estar atenta aos detalhes e a outros sintomas do corrimento marrom que possam surgir, pois eles podem indicar a necessidade de uma investigação médica mais aprofundada.

Corrimento marrom antes ou depois da menstruação: o que significa?

É bastante comum que o corrimento marrom apareça em momentos específicos do ciclo menstrual. Entender esses padrões pode ajudar a identificar se o que você está experimentando é normal ou se merece atenção.

Corrimento marrom antes da menstruação

O corrimento marrom antes da menstruação, também conhecido como “spotting” pré-menstrual, é uma ocorrência relativamente comum e, na maioria das vezes, não é motivo de preocupação. Ele geralmente acontece nos dias que antecedem o fluxo menstrual intenso.

  • Final da fase lútea: À medida que os níveis hormonais de progesterona e estrogênio diminuem antes da menstruação, o revestimento do útero pode começar a se desprender lentamente, resultando em pequenos sangramentos antigos que aparecem como corrimento marrom.
  • Implantação (nidação): Em algumas mulheres, um leve sangramento ou corrimento marrom pode ocorrer cerca de 6 a 12 dias após a fertilização, quando o óvulo fertilizado se implanta na parede do útero. Este é o chamado sangramento de nidação, que pode ser um dos primeiros sinais de gravidez.
  • Uso de contraceptivos: Métodos contraceptivos hormonais, especialmente no início do uso ou em mudanças de pílula, anel ou adesivo, podem causar sangramentos de escape que se manifestam como corrimento marrom.

Corrimento marrom depois da menstruação

Da mesma forma, o corrimento marrom depois da menstruação também é uma situação frequente e, na maioria dos casos, benigna.

  • Limpeza uterina: Após o período menstrual, o útero está se limpando dos últimos resíduos de sangue. Esse sangue residual, que demorou mais para ser expelido, oxida e aparece com a cor marrom. É um processo natural de finalização da menstruação.
  • Ovulação: Algumas mulheres podem experienciar um leve sangramento ou corrimento marrom durante a ovulação, que ocorre no meio do ciclo (geralmente entre o 11º e o 21º dia). Isso se deve a uma queda transitória nos níveis de estrogênio, que pode causar um pequeno sangramento.

Em ambos os casos, se o corrimento marrom for de curta duração, não apresentar mau cheiro, coceira, dor ou outros sintomas incômodos, ele tende a ser considerado fisiológico, ou seja, parte do funcionamento normal do corpo.

Corrimento marrom na gravidez: é um sinal de alerta?

A gravidez é um período de grandes mudanças no corpo da mulher, e a percepção de corrimento marrom na gravidez pode gerar grande ansiedade. É crucial entender que nem todo sangramento é motivo de pânico, mas todo e qualquer corrimento com sangue durante a gestação deve ser avaliado por um médico.

Sangramento de nidação: um sinal precoce e normal

Como mencionado, o sangramento de nidação é uma das causas mais comuns de corrimento marrom no início da gestação. Ele ocorre quando o embrião se fixa na parede do útero, geralmente entre 6 e 12 dias após a concepção. Este sangramento costuma ser leve, de cor rosa claro a marrom, e dura apenas um ou dois dias. Muitas mulheres confundem com uma menstruação leve ou o corrimento marrom antes da menstruação e nem percebem que estão grávidas.

Quando o corrimento marrom na gravidez pode ser preocupante?

Embora a nidação seja normal, existem outras causas de corrimento marrom na gravidez que exigem atenção médica imediata. Sinais de alerta incluem:

  • Corrimento persistente ou aumentando: Se o corrimento marrom se torna mais intenso, vermelho vivo ou vem acompanhado de coágulos.
  • Dor abdominal ou cólicas: Cólicas fortes, dor unilateral ou dor lombar junto ao corrimento.
  • Outros sintomas: Febre, calafrios, tontura, fraqueza, náuseas ou vômitos.

Estas são algumas condições que podem causar corrimento marrom na gravidez e requerem avaliação médica:

  • Ameaça de aborto: Especialmente no primeiro trimestre, um sangramento pode ser um sinal de ameaça de aborto. O tratamento precoce pode, em alguns casos, ajudar a preservar a gravidez.
  • Gravidez ectópica: Ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente nas tubas uterinas. É uma emergência médica e pode causar dor intensa e sangramento.
  • Descolamento de placenta: Em estágios mais avançados da gravidez, o descolamento prematuro da placenta pode causar sangramento e é uma condição séria.
  • Problemas no colo do útero: Infecções cervicais, pólipos ou inflamações no colo do útero, que são mais sensíveis durante a gravidez, podem causar pequenos sangramentos.

Em qualquer situação de sangramento ou corrimento marrom na gravidez, mesmo que leve, é fundamental entrar em contato com seu médico obstetra ou procurar atendimento de emergência. Somente um profissional poderá determinar a causa e garantir a saúde da mãe e do bebê.

Outras causas comuns do corrimento marrom (e quando se preocupar)

Além das situações relacionadas ao ciclo menstrual e à gravidez, o corrimento marrom pode ser provocado por uma série de outras condições, algumas benignas e outras que merecem investigação médica mais aprofundada. É importante estar atenta aos sintomas do corrimento marrom associados, pois eles são cruciais para um diagnóstico preciso.

Alterações hormonais

O equilíbrio hormonal desempenha um papel fundamental na saúde íntima feminina. Desregulações podem levar a sangramentos irregulares que se manifestam como corrimento escuro:

  • Contraceptivos hormonais: O uso de pílulas anticoncepcionais, DIU hormonal, injeções ou adesivos pode causar sangramento de escape, especialmente nos primeiros meses de uso ou ao fazer trocas de método.
  • Perimenopausa: Na fase que antecede a menopausa, as flutuações hormonais são comuns e podem resultar em irregularidades menstruais, incluindo corrimento marrom intermitente.
  • Distúrbios da tireoide: Problemas na tireoide podem afetar o equilíbrio hormonal do corpo, influenciando o ciclo menstrual e causando sangramentos anormais.

Infecções e inflamações

Infecções ginecológicas são causas do corrimento marrom que geralmente vêm acompanhadas de outros sintomas incômodos:

  • Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): ISTs como clamídia, gonorreia, tricomoníase e herpes genital podem causar inflamação no colo do útero e vagina, resultando em corrimento marrom, muitas vezes com mau cheiro, dor ao urinar ou durante a relação sexual, coceira e ardência.
  • Vaginites bacterianas ou fúngicas: Embora mais associadas a corrimentos de outras cores (branco, amarelo, verde), infecções como a vaginose bacteriana ou candidíase podem, em alguns casos, provocar irritação e pequenos sangramentos que se tornam marrons. Sintomas como coceira intensa, cheiro forte e desagradável (principalmente após a relação), ardor e inchaço são comuns.
  • Doença inflamatória pélvica (DIP): Uma infecção grave do sistema reprodutor feminino que pode causar dor pélvica, febre, e corrimento marrom ou com mau cheiro.

Traumas ou irritações

Pequenos traumas ou irritações na região vaginal e cervical podem causar sangramentos leves:

  • Relação sexual: Relações sexuais vigorosas, especialmente se houver secura vaginal, podem causar pequenas lesões no colo do útero ou na vagina, resultando em corrimento marrom logo após o ato.
  • Exames ginecológicos: Após um exame de Papanicolau ou um exame pélvico, é possível notar um leve corrimento escuro devido à manipulação do colo do útero.
  • Corpo estranho: Esquecer um absorvente interno, diafragma ou outro objeto dentro da vagina pode causar irritação, infecção e corrimento marrom com mau cheiro.

Condições ginecológicas

Algumas condições mais específicas do sistema reprodutor feminino podem manifestar-se com corrimento marrom:

  • Pólipos cervicais ou endometriais: São crescimentos benignos que se formam no colo do útero ou no endométrio (revestimento uterino). Eles são sensíveis e podem sangrar facilmente após a relação sexual ou durante o ciclo, resultando em corrimento escuro.
  • Miomas uterinos: Tumores benignos do útero que podem causar sangramentos irregulares, incluindo corrimento marrom, além de menstruações intensas e dor pélvica.
  • Ectopia cervical (ferida no colo do útero): Uma condição em que as células glandulares do interior do colo do útero se estendem para a parte externa. Por serem mais delicadas, podem sangrar facilmente.
  • Câncer de colo do útero, endométrio ou ovário: Embora menos comum, em casos raros, o corrimento marrom ou sangramento irregular pode ser um sinal de câncer ginecológico, especialmente se acompanhado de outros sintomas como dor pélvica persistente, perda de peso inexplicável ou alterações urinárias/intestinais.

Entender a variedade de causas do corrimento marrom é o primeiro passo. No entanto, o mais importante é saber quando essa variação exige uma avaliação profissional, pois somente um médico pode fornecer um diagnóstico preciso.

Quando procurar ajuda médica para o corrimento marrom?

Embora o corrimento marrom possa ser benigno em muitas situações, existem sinais de alerta que indicam a necessidade urgente de uma consulta ginecológica. Prestar atenção a esses indicativos é fundamental para a detecção precoce de possíveis problemas de saúde íntima feminina.

Procure um médico se o seu corrimento marrom vier acompanhado de um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Mau cheiro: Se o corrimento tiver um odor forte, fétido ou “de peixe”, que piora após a relação sexual.
  • Dor: Dor pélvica, dor abdominal, cólicas intensas, dor durante a relação sexual (dispareunia) ou ao urinar (disúria).
  • Coceira ou ardência: Irritação, coceira persistente ou sensação de queimação na região vaginal.
  • Mudança de cor e consistência: Se o corrimento marrom se tornar amarelado, esverdeado, acinzentado, espumoso ou com grumos, indicando uma possível infecção.
  • Febre ou calafrios: Podem ser sinais de uma infecção mais séria.
  • Sangramento intenso: Se o corrimento marrom se transforma em um sangramento vermelho vivo e abundante.
  • Corrimento persistente: Se o corrimento marrom durar por muitos dias, fora do período menstrual habitual, ou for recorrente sem uma causa aparente.
  • Após a menopausa: Qualquer tipo de sangramento vaginal após a menopausa (quando já não há mais menstruação há pelo menos 12 meses) é um sinal de alerta e deve ser investigado imediatamente.
  • Na gravidez: Conforme já mencionamos, qualquer corrimento marrom na gravidez deve ser comunicado ao seu obstetra para avaliação.

Não hesite em buscar orientação médica. Um diagnóstico precoce pode ser crucial para um tratamento eficaz e para a sua tranquilidade. Compartilhar todos os seus sintomas do corrimento marrom e seu histórico de saúde com o ginecologista é fundamental para que ele possa chegar a um diagnóstico preciso.

Diagnóstico e opções de tratamento para o corrimento marrom

Ao procurar um ginecologista por causa do corrimento marrom, o profissional realizará uma avaliação completa para identificar a causa e propor o tratamento do corrimento marrom mais adequado. O processo geralmente envolve as seguintes etapas:

1. Anamnese (entrevista clínica)

O médico fará perguntas detalhadas sobre seu histórico de saúde, ciclo menstrual, vida sexual, métodos contraceptivos utilizados, outros sintomas que você possa estar sentindo (como dor, febre, coceira, mau cheiro), e quando o corrimento começou e como ele se apresenta. Seja o mais precisa possível ao descrever os sintomas do corrimento marrom, pois essas informações são valiosas para o diagnóstico.

2. Exame físico e ginecológico

Inclui a observação da genitália externa, um exame especular para visualizar o colo do útero e as paredes vaginais, e um toque vaginal para avaliar útero e ovários. Durante o exame, o médico pode coletar uma amostra do corrimento para análise laboratorial e, se for o caso, realizar o exame de Papanicolau.

3. Exames complementares

Dependendo das suspeitas, outros exames podem ser solicitados:

  • Cultura de corrimento: Para identificar a presença de bactérias, fungos ou outros microrganismos causadores de infecção.
  • Exames de sangue: Podem verificar níveis hormonais, presença de ISTs, ou confirmar gravidez (beta-HCG).
  • Ultrassonografia pélvica ou transvaginal: Para visualizar o útero, ovários e tubas uterinas, identificando possíveis pólipos, miomas, cistos ou outras alterações estruturais.
  • Colposcopia: Em casos de alterações no Papanicolau ou suspeita de lesões no colo do útero.

Opções de tratamento para o corrimento marrom

O tratamento do corrimento marrom dependerá diretamente da causa diagnosticada:

  • Infecções: Se a causa for uma infecção bacteriana (como vaginose ou IST), o tratamento envolverá antibióticos. Para infecções fúngicas (candidíase), serão prescritos antifúngicos (orais ou tópicos). É crucial seguir o tratamento completo, mesmo que os sintomas melhorem rapidamente.
  • Alterações hormonais: Pode ser recomendado ajustar ou trocar o método contraceptivo, ou, em casos de perimenopausa, discutir terapias hormonais para regular o ciclo.
  • Pólipos, miomas ou outras lesões: Em alguns casos, pode ser necessária a remoção cirúrgica de pólipos ou miomas que estejam causando sangramentos. O procedimento dependerá do tamanho, localização e sintomas.
  • Traumas ou irritações: O tratamento pode ser apenas observação e orientação para evitar novas irritações, como o uso de lubrificantes durante a relação sexual ou cuidados com a higiene.

É fundamental ressaltar que a automedicação nunca é uma opção segura. Apenas um profissional de saúde qualificado pode realizar um diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado para a sua condição específica. O acompanhamento médico garante que a causa subjacente seja tratada corretamente, evitando complicações e promovendo a sua saúde íntima feminina.

Cuidados e prevenção da saúde íntima feminina

Manter a saúde íntima feminina em dia é essencial não só para prevenir o corrimento marrom patológico, mas para o bem-estar geral. Pequenos hábitos diários e o acompanhamento regular com um ginecologista fazem toda a diferença.

Aqui estão algumas dicas importantes:

  • Higiene adequada: Lave a região genital externa diariamente com água e sabonete neutro ou específico para a higiene íntima. Evite duchas vaginais internas, pois elas podem desequilibrar a flora vaginal natural, aumentando o risco de infecções. Lave sempre da frente para trás (da vagina para o ânus) para evitar levar bactérias do intestino para a vagina.
  • Roupas íntimas e vestuário: Prefira calcinhas de algodão, que permitem que a pele respire e absorvem a umidade. Evite roupas muito apertadas ou sintéticas por longos períodos. Troque a roupa íntima diariamente.
  • Hidratação e alimentação: Uma dieta equilibrada e a ingestão adequada de água contribuem para a saúde geral do corpo, incluindo a vaginal.
  • Evitar produtos irritantes: Sabonetes perfumados, desodorantes íntimos, papel higiênico colorido ou perfumado podem causar irritação na região genital.
  • Prática sexual segura: Use preservativos para prevenir ISTs, que são uma das causas do corrimento marrom e de outras complicações.
  • Atenção aos sinais do corpo: Esteja atenta a qualquer alteração no seu corrimento habitual (cor, cheiro, consistência, volume), coceira, dor ou desconforto.
  • Consultas ginecológicas regulares: Realize seus exames de rotina anualmente, mesmo que não sinta nenhum sintoma. O Papanicolau e o exame ginecológico são fundamentais para a detecção precoce de diversas condições, incluindo infecções, pólipos, miomas e, em casos mais raros, lesões pré-cancerígenas.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Cuidar da sua saúde íntima feminina é um ato de autocuidado e amor próprio. Não deixe de procurar um profissional de saúde se tiver dúvidas ou notar algo diferente no seu corpo. Seu ginecologista é seu melhor aliado nesse processo.

O corrimento marrom é uma manifestação comum do corpo feminino, que pode ter diversas origens, desde as mais inocentes até as que demandam atenção médica imediata. O importante é conhecê-las e saber quando buscar orientação profissional.

Se você está preocupada com o seu corrimento marrom ou tem qualquer dúvida sobre sua saúde íntima feminina, não hesite em procurar ajuda. Nossos ginecologistas estão à disposição para oferecer o melhor cuidado, com acolhimento e expertise.  Agende agora mesmo sua consulta na Clínica SiM e cuide da sua saúde com quem entende do assunto.